Hoje gostaria de partilhar convosco o desabafo de um elemento deste Grupo que me enviou uma mensagem para desabafar sobre se deveria ou não permanecer no Grupo, porque certos relatos mexiam muito com a sua pessoa, pois foi noiva de um militar que faleceu em Moçambique, em 1972 e, apesar de ter refeito a sua vida continua a relembrar os anos de espera inglória e sentia que não lhe estava a fazer bem estar entre nós.
Trocámos msgs. e hoje foi com alegria que recebi esta msg que vou transcrever na integra :
"Nanda muito obrigada pelas suas palavras e compreensão.
Eu de facto tenho andado em baixo psicologicamente e a visão de certa imagens fizeram-se reviver uma situação que me marcou para o resto da minha vida.
Quando se tem 20 e poucos anos e todos os nossos sonhos se desmoronam por um tal acontecimento, transforma-nos.
Dizia a minha avó que o tempo cura as meadas e é verdade!
A vida continua a revolta passou e refiz a minha vida.
Graças a Deus encontrei um homem maravilhoso que me faz muito feliz.
Pensei melhor, não irei sair, manter-me-ei no Grupo, pois todos os ex-combatentes do Ultramar merecem a nossa admiração e respeito, pois jovens como eram deram as suas vidas abnegadamente, portanto desistir só por desistir, era não os merecer.
Continuarei a conhecer as vivências daqueles que tiveram a sorte de voltar para as suas famílias e que a recordação daquelas vivências os liberte dos traumas que poderão ter trazido consigo.
É pena que estejam tão esquecidos, mas como em todas guerras, tudo se dilui com o tempo."
A mim só me resta dizer:
Obrigado LuÍsa por continuar entre nós.
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