quarta-feira, 25 de novembro de 2020

 José Nobre 

20/11/2020

Moatize - Zambézia - Moçambique. 
( A data está neste precioso documento. )

Se guardei tudo? 

Claro que guardei, até documentos e fotos que não posso divulgar. 

Existem fotos, ou existiam, de uma "passagem de modelos" ....claro que nús......que fizemos na caserna em Tete....era de tal maneira que, quando fomos à loja do fotógrafo, o único que havia em Tete, para fazer a "revelação" das ditas cujas, e ele nos perguntou qual era o conteúdo do "rolo fotográfico".....foi a muito custo que o senhor aceitou o trabalho.

Nenhuma descrição de foto disponível.


Mais uma, como dizia o meu amigo( irmão ) Fernando Moreira. 

Claro que comecei o ano de 1969....Careca. 

E porquê? 

Porque na noite anterior tinha "apanhado uma bezana" daquelas que deixam mossa, fora do aquartelamento e depois até altas horas da noite na caserna.

Bebemos tudo o que havia para beber, fumamos tudo o que havia para fumar, falamos do filme pornográfico que tínhamos visto na noite anterior, no barracão de um civil, ( funcionário da mina de carvão de Moatize) o qual arredondava o final dos meses com a projeção de filmes (mudos)....

Muitas das vezes éramos nós que fazíamos os diálogos em direto, como se fosse um relato de FUTEBOL - Cinco escudos cada um. 

A guerra, mas qual guerra? 

Guardarei para sempre, o som das gargalhadas, do Carromeu, do Augusto, do Quintela. do Nelson, do Moreira, do Monteiro e de todos os outros.....de todos aqueles que faziam parte do pelotão do Comando. 

Mesmo aqueles que não sabiam rir, aprenderam a faze-lo com as gargalhadas do Pinto - corneteiro.

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