Mais uma....
(...)
Anoitece...
...
Somos recebidos. ...com sorrisos largos e uns abraços.
(...)
Anoitece...
...
Procuramos um local seguro para pernoitar...
A humidade é tanta que custa a respirar
O 4° grupo de combate....organiza-se por secções....e são colocados sentinelas .... no morro...com vista para a picada.... O silêncio é a "palavra de ordem"....não se ouve nem um sussurro, apenas o ruído da selva...o cheiro acre, inconfundível da terra húmida de África.... e o hálito característico da floresta....
Estes ruídos assustam! diz- me o Vidinha, soldado que é a "minha sombra", para todo o lado!
De repente os corpos agitam-se....começamos a ser atacados por formigas "gigantes" que nos sobem pelas pernas...e ferram as partes baixas....
(Não foi bem o que escrevi na altura!?)
A disciplina imposta, para que as latas da ração de combate, depois de abertas, sejam enterradas, não é cumprida e as formigas aparecem para jantar.
Tento acalmar os soldados....pedindo silencio.
Missão impossível....as ferroadas são dolorosas.
O cabo enfermeiro Alves....esgota o álcool...
De repente o rádio telegrafista C. Mendes....rasteja até se colocar a meu lado e sussurra-me que está a ver uns vultos...um, dois, três.....quatro.....que distam uns dos outros em intervalos de 10 metros.
São contados 8 guerrilheiros....bem armados....vislumbramos as famigeradas Kalash...e transportam à cabeça uns volumes que nos parecem minas anti-carro, ou talvez mantimentos.
Mas vêm em silencio e vozes, não se ouve nem um sussurro, apenas os passos dos guerrilheiros.
A noite está escura com breu....com um luar envergonhado que tenta romper o cacimbo.
A distancia é considerável....e poderão vir mais atrás outros guerrilheiros.
Reunimos, os Furriéis do meu Grupo e decidimos que ninguém se deve mover...pois tentar apanha-los à mão...seria um suicídio....pois não conhecemos o terreno...
São contados 8 guerrilheiros....bem armados....vislumbramos as famigeradas Kalash...e transportam à cabeça uns volumes que nos parecem minas anti-carro, ou talvez mantimentos.
Mas vêm em silencio e vozes, não se ouve nem um sussurro, apenas os passos dos guerrilheiros.
A noite está escura com breu....com um luar envergonhado que tenta romper o cacimbo.
A distancia é considerável....e poderão vir mais atrás outros guerrilheiros.
Reunimos, os Furriéis do meu Grupo e decidimos que ninguém se deve mover...pois tentar apanha-los à mão...seria um suicídio....pois não conhecemos o terreno...
Via rádio....já com nenhum à vista, informamos Macomia....do sucedido.
Aguardamos instruções que tardam pois o rádio deu o "berro" ou fica sem sinal....
Aguardamos instruções que tardam pois o rádio deu o "berro" ou fica sem sinal....
Estamos muito perto da Ponte do Rio Messalo.
Ninguém consegue dormir....amanhece....de repente....vem um pelotão ao nosso encontro...a picada já está vistoriada...sentimos algum alívio....e finalmente o Chai à vista.
O Carias olha para mim sorridente...e com o polegar direito....em sinal de OK...exclama:
O Carias olha para mim sorridente...e com o polegar direito....em sinal de OK...exclama:
- Desta já nos safámos, meu Furriel.
A morte continua a ser adiada!!!
A morte continua a ser adiada!!!
Somos recebidos. ...com sorrisos largos e uns abraços.
Festejamos com umas Laurentinas bem fresquinhas....
Escrito num aerograma que servia de post-it....e servia de "diário"
José Leitão
CCAVª 2752
1971
Sem comentários:
Enviar um comentário