A picada Macomia-Mataca
O pelotāo da 2750 que vem da Mataca ao nosso encontro fez alto.
Alguns soldados montam segurança aos flancos de ambas as colunas enquanto outros perscrutam cada centímetro quadrado do terreno entre elas, com "as picas de bambu", para que nenhuma mina escape.
O Alferes que comandava esse pelotāo informa que tudo está bem....
Levamos alguns civis connosco.
A probabilidade de sermos atacados, diminui assim.
Fazemos uma pausa.
O Uvaldo, um transmontano baixote mas de rija tempera, oferece-me o seu cantil, sabendo que eu ja devo ter o meu sem gota de água.
Agradeço e digo-lhe que pode tirar uma Laurentina, da minha mochila. Ainda estao relativamente frescas.
Os soldados de ambas as colunas abraçam- se.
O Vidinha, sempre a meu lado, grande companheiro, pergunta a outro soldado da Mataca, por um seu conterrâneo que está na 2750.
Amigos que os caprichos da guerra juntam e separam.
De arma ao ombro e descontraídos, confiantes no chão seguro que já foi varrido pelos picadores e que cem botas já calcaram, aumentando confortavelmente as probabilidades de sobrevivência, avançamos em direçāo à Mataca, para entregar os 2 Hunimogs carregados com mantimentos.
A descida da Serra...torna-se um pesadelo, pois a picada está muito escorregadia.
Era tempo de chuva e o matope...torna-se "manteiga"!!!
Vou ao lado do condutor de um dos Hunimogs, o Crespo, natural de Barcelos, com 1,90 de altura, que me vai dizendo que os travões não estão lá muitos bons, devido ao aquecimento.
O declive assusta os mais corajosos.
Uff a zona mais crítica foi ultrapassada.
Avistamos o aquartelamento ao longe.
Mas nada de baldas ok? Grito eu para a minha Seção.
Chegámos!
O Bar fica do lado direito da "porta de armas".
O ritual habitual!
As primeiras latas de cerveja, despejadas pela cabeça abaixo.
Depois uma rodada, paga por mim, para todo o pelotāo.
Era assim que fazia depois de mais uma "coluna"!!!!
José Leitao
CCAVª 2752
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