No rescaldo dos acontecimentos do dia 5 de Janeiro de 1969, no Aquartelamento da Cruz Alta, na Serra do Mapé, para além dos 7 Camaradas que pereceram, nesse fatídico dia, foram evacuados mais uma dezena de outros, comigo incluído, gravemente feridos, para a pista do campo de aviação de Macomia.
No local, a confusão era total.
A juntar ao barulho ensurdecedor provocado pelos helicópteros, que chegavam com a sua carga humana de mortos e feridos (par...a de imediato regressarem à Serra para evacuar mais Camaradas), sobreponham-se os gritos dos feridos em conflito com as ordens e contra-ordens dos diversos intervenientes no socorro, sendo de destacar as do Comandante do Batalhão (que gostava de "estar em todas") desde que previamente estivesse garantida toda a segurança!
Depois de ter sido feita a triagem, os mortos por lá permaneceram, para serem, posteriormente, sepultados no Cemitério da Missão.
Os feridos, depois de nos serem prestados os primeiros socorros, lá fomos, gradualmente evacuados para o "Hospital" de Mueda, onde ficámos até ao dia seguinte, juntamente com outros Camaradas que lá se encontravam.
No dia seguinte, alguns de nós, acabámos por ser evacuados para o HM 125, em Nampula, dado a gravidade dos ferimentos.
Decorridos 28 dias, regressei à Serra.
Ainda hoje, decorridos que são 48 anos, após este fatídico acontecimento, ainda tenho bem presente, lá no sítio onde se guardam as memórias, todos os sentimentos de dor, raiva, desespero e impotência que este acontecimento me provocou.
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