Mais um pequeno texto sobre o período que passei em Mueda.
O que sentimos........
O que sentimos perante uma distração, onde não ouvimos uma ordem militar e nos dão um violento soco, que quase nos leva ao chão ?????
O que sentimos quando, após uma emboscada, percorremos toda a coluna perguntando se houve problemas e nos dizem - suba para a Berliet - e vimos um camarada estendido, já morto, quase a olhar para nós ??????
O que sentimos quando estamos perante um condutor, que o seu carro tinha acabado de rebentar uma mina, e que estando á espero do heli, para evacuação, apenas nos diz - Tenho imensa sede - e quando chegámos ao aquartelamento soubemos que tinha falecido ???????
O que sentimos quando montamos uma armadilha, escolhemos o local de provável passagem, e semanas depois encontramos um morto, civil, fruto da nossa ação militar ?????????
O que sentimos quando praticamos atos, em situação de guerra, que normalmente não praticaríamos ???????
O que sentimos quando estamos alinhados, frente ao quartel, prontos para a nossa última operação e ouvimos do responsável hierárquico - Esta é fácil, depois vamos para Sul - sabendo nós que para ele as operações foram sempre fáceis, pois "baldou-se " a quase todas ???????
O que sentimos quando estando no aquartelamento, vimos passar um helicóptero em direção ao hospital????
O que sentimos quando vimos pela televisão, ex-camaradas que fizeram o mesmo percurso e que hoje andam errantes pelas ruas, sem abrigo ???????
O que sentimos, quando vamos pela primeira vez de férias, saindo daquele inferno, nos encontramos já na cidade e ao atravessar uma rua ao ouvir o simples buzinar, vamos imediatamente com as mãos à posição, onde normalmente, encontramos a G3 ??????
Sentimos ódio, revolta, interrogação, abandono............
O que sentimos, passada essa tormenta, passados esses anos e nos encontramos em reunião anual ?????????
Sentimos quentes abraços, alegria de estar novamente com os "velhos" companheiros de armas.
Contamos alguns factos novos, outros são contados de maneira diferente, mas essencialmente sentimo-nos BEM.
E o futuro ??????
Será, certamente, MELHOR, pois já há NETOS nos nossos encontros e eles comunicam com os "velhos" combatentes através da net.
Linda-a-Velha Agosto de 2011
O que sentimos........
O que sentimos perante uma distração, onde não ouvimos uma ordem militar e nos dão um violento soco, que quase nos leva ao chão ?????
O que sentimos quando, após uma emboscada, percorremos toda a coluna perguntando se houve problemas e nos dizem - suba para a Berliet - e vimos um camarada estendido, já morto, quase a olhar para nós ??????
O que sentimos quando estamos perante um condutor, que o seu carro tinha acabado de rebentar uma mina, e que estando á espero do heli, para evacuação, apenas nos diz - Tenho imensa sede - e quando chegámos ao aquartelamento soubemos que tinha falecido ???????
O que sentimos quando montamos uma armadilha, escolhemos o local de provável passagem, e semanas depois encontramos um morto, civil, fruto da nossa ação militar ?????????
O que sentimos quando praticamos atos, em situação de guerra, que normalmente não praticaríamos ???????
O que sentimos quando estamos alinhados, frente ao quartel, prontos para a nossa última operação e ouvimos do responsável hierárquico - Esta é fácil, depois vamos para Sul - sabendo nós que para ele as operações foram sempre fáceis, pois "baldou-se " a quase todas ???????
O que sentimos quando estando no aquartelamento, vimos passar um helicóptero em direção ao hospital????
O que sentimos quando vimos pela televisão, ex-camaradas que fizeram o mesmo percurso e que hoje andam errantes pelas ruas, sem abrigo ???????
O que sentimos, quando vamos pela primeira vez de férias, saindo daquele inferno, nos encontramos já na cidade e ao atravessar uma rua ao ouvir o simples buzinar, vamos imediatamente com as mãos à posição, onde normalmente, encontramos a G3 ??????
Sentimos ódio, revolta, interrogação, abandono............
O que sentimos, passada essa tormenta, passados esses anos e nos encontramos em reunião anual ?????????
Sentimos quentes abraços, alegria de estar novamente com os "velhos" companheiros de armas.
Contamos alguns factos novos, outros são contados de maneira diferente, mas essencialmente sentimo-nos BEM.
E o futuro ??????
Será, certamente, MELHOR, pois já há NETOS nos nossos encontros e eles comunicam com os "velhos" combatentes através da net.
Linda-a-Velha Agosto de 2011
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