quinta-feira, 10 de março de 2016

A "costureirinha", por José Monteiro


 
Mais um pequeno texto sobre a nossa vivência em Cabo Delgado.
 
Dos vários sons que ainda hoje, passados muitos anos, perduram na minha memória, este provocado pela "costureirinha" é dos que ainda estão gravados.

Sempre que me lembro de ti, só vejo vegetação densa e muito verde, picadas de terra batida e areia, e muitos camaradas deitados.
 
Alguns não chegaram a levantar-se por tua culpa.
 
Aquele som metálico e o teu "falar", bastante rápido e... cadenciado, fizeram sempre parte de mim, enquanto estive em Mueda.
 
Raramente foste referenciada pelo teu nome técnico, mas sim pela tua alcunha, que era conhecida de todos nós.
 
Muitas das vezes era por ti que a emboscada se iniciava, e nesse breves momentos todos nós íamos rapidamente para o chão, não por respeito por ti, mas por medo das consequências.

Apenas uma única vez peguei em ti, numa operação no Vale de Miteda, em conjunto com um pelotão de outra companhia do meu batalhão.
 
O guerrilheiro da Frelimo vinha a fazer proteção a alguns "machambeiros" e encontrou-se connosco num trilho, já bastante perto de uma base.

Tu foste para o nosso aquartelamento, o guerrilheiro lá ficou.

Linda-a-Velha, Novembro de 2013

 

 
 
Pedro Ranito PPSH chamávamos-lhe "pepeschauer" para além de costureirinha claro.
 

 
Jose Carlos Dantas Também tive uma, mas não dava muito jeito para andar a bordo.
Aqui na final da pista de Mueda do lado do vale ....


 
Armando Guterres De 14 de Fev 72 que a ouvi pela primeira vez e em Março que a ouvi em dois dias seguidos, dormida na picada, sai do mato em Março de 74 e nunca mais a ouvi.
 

 
Duilio Caleca Esse som nunca mais nos saiu dos ouvidos.
 

 
Eduardo Graca Edy Ouvi muita musica dessa costureira e não tenho saudades....
 

 
 
António Manuel Rodrigues Tek,tek,tek.
 

 
José Alves Alves Mais uma vez o nosso amigo José Monteiro faz uma excelente descrição sobre aquela temivel arma, denominada por " costureirinha". 
Continua, pois os nossos filhos e netos necessitam de saber tudo quanto nos martirizou,
 

 
Augusto Mota Por sinal ouvi o som delas algumas vezes, numa delas fatal para dois colegas da companhia, fazes uma excelente descrição dela.
 

 
Jose Luis Rodrigues ERA A ARMA QUE OS RUSSOS USAVAM NA 2ª GRANDE GUERRA
 

 
Abdul Osman Esta era a minha arma preferida, 99 balas de 9 mm.
Enquanto o piloto dos hélis tinham uma Kalash, nós os mecânicos podíamos requisitar uma FBP, G3 ou a PPS( pesshawer) enquanto estive em Mueda voava com esta arma.
 

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