quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Mina anticarro, por António Conde

 
 
Quanto á Mina anticarro, recordo-me de ter detetado uma muito próximo do Trilho do Chindorilho.
Um colega, (o Seop), limpou-lhe a terra de cima, deitou-lhe a mão á asa para a puxar.
Eu apercebi-me de qualquer coisa do lado, entre a Mina e a terra e mandei para que parasse imediatamente.
 
 
 
Arranjamos uma pequena gancha, porque também já tínhamos ouvido falar nisso, prendemos uma corda á asa da mina, depois a corda em cima da gancha, próximo do buraco, puxámos e a gancha faz com que a Mina saia do buraco.
 
Mas o que aconteceu, foi que a Mina saltou do buraco e daí a três ou quatro segundos explodiu no buraco uma granada de mão.
 
 
 
Portanto os Turras faziam uma pequena cavidade entre a Mina e a terra, colocavam nessa cavidade uma granada de mão, com a cavilha voltada para o lado da Mina, onde ficava ali entalada entre a Mina e a terra.
 
Tiravam a cavilha, cobriam com terra, sempre com muito cuidado desfaçavam o local o melhor possível e ali estava a ratoeira pronta.
 
Se não fosse detetada e calcada com uma viatura, explodia a Mina e a granada.
 
Se fosse detetada, colocava-se um petardo de 250g. em cima da Mina e lá explodia tudo.
 
Alguns curiosos, gostavam de as levantar, se não estivessem armadilhadas, tudo bem; mas se não se apercebiam da armadilha, ao mexer com a Mina para a levantar, dali a alguns segundos rebentava a granada de mão e então explodia tudo junto e desaparecia com quem estava á volta.
 
Foi assim que aconteceu a um militar, quando em fevereiro de /72, a minha Companhia seguia pela primeira vez de Mueda para o Sagal, onde acampámos.
 
Os poucos e pequenos bocados que se encontraram, couberam numa caixinha de ração de combate.!
 
 


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