sábado, 3 de novembro de 2018

Nunca Atirei Pedras Aos Cães, por José Nobre

José Nobre para PICADAS DO CABO DELGADO
2018/11/03
Nunca Atirei Pedras Aos Cães.
O Avô Coutinho, não era meu avô, era o companheiro da minha bisavó, mas para toda a família era o avô Coutinho, mas isso eu só vim a saber muito mais tarde, depois de ter a certeza que ele era o meu avô. 

O meu avô Coutinho, o companheiro da minha avó Júlia, que também não era minha avó, mas sim minha bisavó. 

Estranho, pois é.
Foi ele que me ensinou a distinguir as árvores, os pássaros, as estrelas, o caminho de Santiago, a lua cheia o quarto minguante....e a Ursa Maior. Foi com ele que vim, muitas, mas muitas vezes à Vila Nova de Portimão, em cima do burro, quando ele ia ás compras. Parava no Largo do Mercado, à porta da taberna...para ele um copo de vinho, para mim um rebuçado.

Um dia, quando andávamos os dois na charneca a apanhar azeitonas, apareceu um cão, o cão do vizinho que morava no depósito de água, o cão que corria com as galinhas e que ladrava toda a noite. Peguei numa pedra.......e ele disse-me........ "Não Se Atiram Pedras Aos Cães".......
Nunca mais atirei.


Para todos aqueles que me questionaram, sobre o titulo de algumas "coisas" que escrevo no FB.......eis a resposta.

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