quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Beijo, Pai!

Encontrei no Facebook esta "obra prima"...
Situações idênticas quantas não terá havido, por esse Portugal fora...
Paulo Lopes (de Torres Novas), certamente, que não terá sido fácil a vida sem um pai...
Espero que não leves a mal e me autorizes a divulgação do teu texto no meu blog...
Só quem passa pelas situações as pode descrever como fazes...

Bem hajas...

Paulo Lopes (Torres Novas)

 
8 de Janeiro de 2014 às 15:45
 
Pai, é certo que ficou um vazio onde muito pouco pudeste deixar, deixando mesmo assim, tanto.
 
O tanto que foste obrigado a deixar para trás em prol de uma demagogia de grandes, quando tudo o que pedias era estar, após um dia de trabalho, com a tua família, concretamente a tua mulher, minha mãe e eu, o teu filho de apenas 3 anos de idade.
 
E os teus amigos… e a tua mãe e irmãos… Para trás ficaram todos, porque foste obrigado, trocando-os pela estupidez do poder de alguns, à imagem de uma espingarda e outro armamento, para matar aqueles que mais nada faziam do que defender o que no fundo sempre foi deles.
 
Durante alguns meses a saudade certamente foi amenizada pela companhia dos outros soldados que como tu combatiam nessas terras de Moçambique e que durante o mesmo tempo foram a tua família!
 
Pai… tanto ficou por fazer, e agora a quem reclamamos, senão a Deus? Porque aos homens não vale a pena…
Infelizmente tudo o que vivi até agora, faz-me desconfiar cada vez mais deles…
 
Pai… faz hoje 40 anos…
40 anos de privação de um pai que não pediu para partir para aquela maldita terra ultramarina, sem que ali tivesse alguma coisa…
 
Pai… porque morreste numa guerra estupida, que não era tua, faz hoje, repito 40 anos…
 
Um beijo para o Céu, onde estás certamente, na companhia dos anjos, compensando-te estes com coisas que essa guerra te tirou…
 
… Do teu filho.
 

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